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Standing With Israel - I

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ANTES DE OUTRORA, DEPOIS DE AMANHÃ Falam-me de ti os escravos da Babilónia Os que foram escravos deveras E pela força do chicote construíram O largo império dos seus efémeros senhores.   Dizem-me alguns com a pele gretada E os ossos rompendo a ferida que não sara Que só a beleza te salvou de seres escrava como eles. Amargurados dizem que foste escrava de outra espécie A que se esquece de quem é E jamais se liberta das correntes de ouro. Dizem-me que tinhas um colar de granadas vermelhas Rebrilhando em volta da cintura E dançavas nos palácios dos teus senhores. Dizem-me que os deuses te tinham concedido A beleza estonteante das montanhas solitárias Que se lançam em abismos Como pássaros sedentos sobre oceanos de orvalho. Dizem-me que enfeitiçavas o vento E as serpentes Que os caçadores acabavam sempre por matar. Dizem-me que construíste um veleiro de papel Em segredo, no degredo dos mármores polidos Que partiste para a Polinésia, tão dista

Standing With Israel - II

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A nascente do rio vermelho Os que vieram para matar Continuarão a matar Eles são o vaso do eterno veneno Elas as parideiras que vazam Gota a gota na boca dos neófitos A doença incurável do ódio.   Conhecem a mentira por dentro Qual língua nativa, ladainha inata Estão lá dentro no tecer de cada malha Afiando a lâmina letal da fé inabalável na morte Esculpindo a bomba cega, cobarde, igualitária Com a generosa matéria dos filantropos E os slogans dos ideólogos canibais totalitários Ora aninhados, vergados no templo-cárcere Ora explodindo nas ruas do mundo. Aqui nasce o rio de sangue O veio maldito que brota Do escuro abismo do fanatismo Inunda o mundo em redor Apodrece toda a seiva do devir. Desvairado, extasiado na consumação de todo o mal Extasia-se o devoto vampiro no seu próprio vómito. As parideiras enviam os filhos Estranhamente desamados Para a única missão que sabem ensinar. Eles, quais títeres possessos, Matam e morrem malditos De olhos postos nas virgens do além. Berram

Standing With Ukraine III

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  O HINO   Uma pauta escrita nos céus e na terra Ao longo de dez séculos Na língua primeira proibida amada.   Cada nota cheira a terra lavrada Cada gota de sangue cheira a sangue Seiva roubada das veias da liberdade.   Solta-se o sol rendido à humana luz Desce os degraus do céu Para beijar a terra sacrificada Beija-lhe os pés e a fronte.   Sobre as searas desposa a neve E ergue a sua casa junto às águas Velozes fiéis do vasto Dnipro.   E o canto indelével persiste no ar Até que não mais as feras Venham cortar-lhe a garganta De ave indomável e perene…   São Ludovino, 21/9/2023 Painting by Yuri Dubinin, Ukrainian artist born in 1962.

Standing With Ukraine II

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  O FARDO   Sobre os ombros carrego o peso do mundo Carrego-o há muitas gerações Do meu sangue, do sangue do meu povo. Na minha terra nasceram os poetas roubados Escravizados, levados para longe deste céu Os girassóis-fénix sempre acesos nos corações Como sóis que atravessam os tempos Sem perder uma só centelha Choraram, choram a mesma luz que nos guia.   O suor e o sangue misturaram-se no meu sangue Impressão gravada na alma Que enrijeceu os músculos da vontade. Sobre as montanhas e as estepes Paira sempre a sombra deste vulto voraz Que de quando em quando Se finge adormecido. Insaciável Sempre que acorda é para devorar Um pedaço mais do que nunca lhe pertenceu. Não tem alma, inveja apenas a nossa alma Não tem coração, nele rebate apenas O sino dos infernos, incandescente e soturno.   Alimenta o ódio, devorando-se a si mesmo Enquanto acusa a sua própria sombra Os cordeiros na borda do riacho O sol que quer apagar da face da terra

Standing with Ukraine I

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  RESGATE Elas, as que ficam na casa vazia As que percorrem agora a terra devastada Elas, as mesmas de outrora As que geraram filhos para o futuro E lhes ensinaram o valor da nobreza de alma O preço duro da liberdade A lonjura do caminho da paz O invencível amor pela terra comum São agora escravas e moeda de troca O troféu do bárbaro abutre sanguinário. E elas, as que reinaram e decidiram As que possuíam sem serem possuídas Recusam ajoelhar-se perante o tirano vagamente emplumado De cada vez que são derrubadas sobre o pó dos escombros. Perderam a sabedoria poderosa dos livres Já não sabem decidir Já não podem escolher Todas as decisões já foram tomadas Sentenças de morte, degredo ou infâmia Ainda antes de a primeira mentira Ter rasgado a fronteira da terra soberana Antes de a primeira lança ter trespassado O mais jovem dos amantes da terra mãe. E elas, as que só se vêem a si mesmas No espelho de Narciso que em breve Há-de dissolver-se

*SALA DE DESENHO II

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  SALA DE DESENHO II O UNIVERSO DO APRENDIZ (o site original) The Journey Itself , drawing by São Ludovino. Bird Tree... The Material essence of dreams , drawing by São Ludovino . Bio-meta-chemistry , drawing by São Ludovino. Dawn is falling...,  drawing by São Ludovino. Nautilus , drawing by São Ludovino. The cyclic embrace , drawing by São Ludovino. Flowing within...,  drawing by São Ludovino. Eve-ning star , drawing by São Ludovino. Seasons after Arcimboldo , drawing by São Ludovino. *************************************************************** Winged thoughts , drawing by São Ludovino. Open window , drawing by São Ludovino. Across the Bridges of Time , drawing by São Ludovino. To fly is to believe , drawing by São Ludovino. Inside the seed , drawing by São Ludovino. Tireless winged gardener , drawing by São Ludovino. Journey with the Sun , drawing by São Ludovino. Little blue bird sailing , drawing by São Ludovino. Sea rainbow , drawing by São Ludovino. The Open Book - Stories t