* INICIAÇÃO & CRIAÇÃO

 *INICIAÇÃO & CRIAÇÃO

O UNIVERSO DO APRENDIZ (o site original)

© Miles Aldridge, Like a Painting, 2005

     Este site é um complemento e uma continuação do meu site principal - APRENDIZ UNIVERSAL. É possível que venha a ser um "lugar" mais aprazível ou seja apenas mais uma etapa na criação/construção de um Universo que sempre existiu no papel, na alma e na memória e agora emerge, qual ilha submersa, que pouco a pouco se faz continente, oceano, viagem interminável e porto infinito.
     A inexperiência e o empirismo que presidiram à criação "repentina" do APRENDIZ UNIVERSAL deixaram uma marca afectiva indelével. O APRENDIZ UNIVERSAL é e será sempre a casa tranquila e reconfortante aonde rumarei sempre que as encruzilhadas pareçam mais do que os caminhos, o negrume dos dias for demasiado persistente ou, simplesmente, porque nada se repete excepto nos arquivos da memória. É urgente SER, permanentemente, para que a vida seja VIDA. Até hoje, não encontrei melhor e mais autêntica forma de SER do que CRIAR... que o diga o tempo que passei criando, que o diga a minha filha, a mais bela das criações e uma excelente criadora de... quase tudo.
LINK para o APRENDIZ UNIVERSAL


SAGRAÇÃO DO OUTONO

O Outono vai entrando
pela porta entreaberta.
Há duzentos e cinquenta anos
o Outono  amava as árvores
tal como hoje.
O aprendiz era ainda muito jovem
Nesse tempo, ainda era possível chamar-lhe verdade,
por mais ilusória que fosse.
E quando a razão não bastava
havia sempre a fé.
As buscas incessantes continuavam    
por caminhos infindáveis.
                          
O aprendiz sentava-se aqui e além
à mesa da verdade,
uma mesa com arestas infinitas.
Quantas vidas seriam necessárias para a contornar,
perceber a sua textura,    
tactear a sua mobilidade?
Mesmo assim, um verdadeiro aprendiz
nunca desiste.
                          
O Outono entrou
e instalou-se numa poltrona
à volta da mesma mesa.
As folhas caem incessantemente das árvores,
uma a uma,
e, no fim, todas sem excepção,
se reencontram no baú da memória.
Partem porque querem voltar.
Como poderiam voltar se não partissem?
Este é o maior alento!
O Outono não cessa,
volta sempre
para encher, mais e mais,
o  baú dos ciclos, da aprendizagem e da criação.
                           
É no seio desta totalidade que eternamente brota
o novo do velho, a luz da penumbra, a persistência do cansaço
«Ars longa, vita brevis.»   ¾ A Arte é longa e a vida é breve¾ .
O aprendiz tinha a mesma persistência das árvores,
na essência era um guerreiro em busca da paz.
A sua batalha era apenas uma:
vencer o Inverno, as interrogações, o vazio e o caos
com as únicas armas de que dispunha
— a curiosidade e a persistência.
Desta batalha falam todas as verdadeiras histórias,
nela sucumbem muitos aprendizes,
dela se salvam apenas os que não venderam a alma
nem temeram ou desprezaram o Outono.   
                           
O aprendiz abriu o caderno e escreveu:
“Vencerei o Inverno
porque amo o Outono.
Não o temo nem ignoro.
É nas suas entranhas que se abriga a vida.”
Ergueu o cálice de mosto, saudou as árvores nuas
e voltou a mergulhar sobre o mar de folhas que cobria a mesa.
A vida é breve mas o tempo não tem fim.
Outros Outonos e outros aprendizes virão;
algum deles reconhecerá o que aqui fica de mim...”

                                                                       Suy, 23/10/1994 

(SUY é o meu pseudónimo desde 1977)

 


Consecrationof Autumn, poem & photography 
by Suy / São Ludovino, 23710/1994.

O Banho, Suy, 1976-77 - Esboço inacabado. Fiz um desenho idêntico   
a este no ano lectivo de 1971-72, que esteve exposto numa exposição de
final de ano no Externato Frei Bernardo de Brito, em Almeida. Como
nunca consegui reaver esse desenho, anos mais tarde tentei reproduzi-lo.  

  

O Búzio ou Respiração Interior, Suy, 15/11/1982

Fiz este desenho em 1975 a partir de uma simples oval.
Os elementos florais coloridos que a decoram conferem ao negro
uma leveza inesperada. Tinha 14 anos e uma imensa paciência para pintar
pormenores minúsculos como os da base, da tampa e das asas.



Este desenho é de 1975-76. Os elementos  - Terra, Água, Ar - fundem-se
numa continuidade indistinta, dão vida e dinamismo ao fundo negro.
Mais desenhos na SALA ALTERNATIVA deste site.
http://smile.webshots.com/photos#/user/you - LINK para os meus álbuns na WEBSHOTS, onde se encontra também um álbum com velhos desenhos.




Portugal - A beleza da simplicidade / Portugal - The beauty of simplicity
Apresentação de Formatura - Chloe Wright de Chloe Wright & Jeff Müller.
Alguém se lembrou de coreografar um poema meu (Dance, butterfly, dance - The First Dance of the Last Butterfly), com sensibilidade e delicadeza.
Não conheço nenhum dos criadores desta animação / coreografia (Chloe Wright & Jeff Müller), mas são talentosos.
Originalmente, escrevi o poema em Inglês. A tradução que aparece no vídeo não é minha.
O original do poema fica aqui para lembrar, mais uma vez, como o mundo é imenso e pequeno ao mesmo tempo.

THE FIRST DANCE OF THE LAST BUTTERFLY
(Dance, butterfly, dance)


Dance, dance, my sweetest butterfly
While the light still shines in your eyes
Follow the Moon
Follow the Sun
While your feet are light and your soul is warm.

Don’t wait for the snow
Don’t wait for the night
While your roof can be made of stars.

Sweep the storms away
While the wind can kiss your wings.
Stand up from your shell
While the rain can’t wash away
Your footprints in the clouds.

Don’t hide from yourself
Don’t hide from life
While your soul aims to live and be complete.
You can still breathe
You can still feel
Even if the whole world seems upside down.

Fly, fly, my gentle butterfly.
Your sorrows won’t stop the time.
Your colours still shine bright.

Your wings may be made of dust and water.
But you are dust from the stars
And water from earth.
You are only real.

That’s why you fly
That’s why you live.
Nothing will erase your presence…
Here, there, everywhere…

Your strength is invisible.
Your final frontier is to defeat the pain…
You have wings
You are more than a puppet
In the scenery of life.

And if the coloufurl dust of your fragile wings
Happens to fall in my empty hands,
My hands will be full.
Your wings will be my wings.
Your fragility will be my strength.
Your fears will be my courage.
Your solitude will be my companion.

Dance, dance, my unforgettable butterfly!
You were meant to dance
Until the end of time…

The First Dance of the Last Butterfly, a poem by Suy / São Ludovino, 30/6/2011



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